SER PROFESSOR DE MATEMÁTICA

Eu me lembro de primeiro fazer conta, depois escrever. Eu não entendi como meu melhor amigo acreditava que 1+1 era 11, e me chateava em não conseguir ajudar. Filho de professora, eu brincava de escolinha desde sempre, e ficava bravo quando não faziam o que eu pedia – até lição de casa tinha. Na escola eu era um aluno entendido como “bom aluno, mas fala demais”. Sempre gostei de matemática, tive facilidade, e não precisava me preocupar em estudar. Ouvi que era inteligente demais pra ser professor.
Quando saí do ensino médio, com técnico em automação, tentei estudar engenharia, mas logo me desiludi – a matemática dali eu já sabia, não tinha prazer em estudar.
Então tinha feito ENEM, e pelo SISU passei em licenciatura em matemática - era mais perto de casa, e de graça.
O primeiro semestre de licenciatura fiz brincando, e só pegando DP no segundo semestre que percebi que precisava levar a faculdade a sério. Mas nem assim me não me apaixonei de primeira não. Quando pisei em uma sala de aula para substituição, pensei logo em desistir – no meu primeiro dia aconteceu uma briga coletiva, quase apanhei e onze alunos foram suspensos. Agradeço até hoje a coordenadora que não me deixou desistir.
Depois disso fiz residência pedagógica, fui bolsista de programa de iniciação à docência (PIBID) e fui me entendendo melhor no mundo da docência. Ainda na faculdade passei no concurso do estado – que correria para assumir. E cá estou eu: amo ser professor, tento melhorar a cada dia por acreditar que a educação transforma, e que jamais posso me sentir confortável com a maneira como lidam com ela.